Com o passar da vida, só consigo concluir uma coisa em relação à desilusão que faz parte dos seres humanos.
A verdade é que, tenho para mim, que não temos o direito a nos desiludir com ninguém. Não são as outras pessoas que nos desiludem. Não é a nossa vida que nos desilude. Somos nós mesmos que nos desiludimos. Porque motivo o fazemos? Porque criamos ilusões, sonhos, e desejamo-los com toda a força do nosso ser. Mas essas ilusões não passam de isso mesmo, ilusões. E quando as ilusões se desfazem, como castelos de areia na praia, sentimo-nos desiludidos com a vida. Ou com as pessoas que fazem parte da nossa vida. Porquê? Que culpa tem a vida ou têm as outras pessoas das nossas ilusões? Não têm culpa alguma. Então, assim sendo, não temos direito a nos sentir desiludidos com nada nem ninguém. Só connosco próprios.
Há um motivo para eu não fazer planos. Há um motivo para eu viver cada dia sem pensar no seguinte. Há um motivo para eu apenas querer chegar ao dia seguinte, à semana seguinte e ao mês seguinte, sem planos, sem nada. O motivo é:
Sempre que eu desejo algo, que planeio algo, iludo-me. E essa ilusão, tão grande, nunca se concretiza o que faz com que a desilusão, no fim, seja ainda maior. Portanto, mais vale viver um dia a seguir ao outro, agradecer a Deus o que temos e continuar a respirar. Sem ilusões. Sem desilusões. Apenas vivendo.
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